STRATOVARIUS - NEMESIS

Meu caro amigo true, eu ouvi. Finalmente ouvi o novo álbum do Stratovarius.

Deixo pra vocês as linhas da primeira resenha de um lançamento full lenght que faço de 2013, um dos que eu mais estava aguardando. Sendo assim, cheguem junto e vamos conversar.

Cheio de nuances e firulas exageradas: essa é uma das definições que cabem para Nemesis, novo disco do Stratovarius. Apesar de ser o terceiro passo na carreira pós Tolkki, o grupo mantém uma característica antiga: saber causar polêmica, pois nem todos vão gostar do novo play. Quem vier atrás do Strato do passado vai levar uma voadora e chorar as mágoas nas décadas de Visions ou Episode, por sua vez quem vier atrás de coisa interessante pra ouvir corre o risco de gostar do que vai encontrar.

Nossos power metaleiros classudos, manjadores das baterias bate estaca adotaram a tendência cult da reciclagem, e renovaram bastante o jeito de musicar: integrantes novos, vocais do Kotipelto em excelente forma, outros detalhes que falarei a seguir e voi-lá! Construiram uma sonoridade bizarra, pois ela mantém a alma do Stratovarius e soma a um grande toque de modernidade, coisas que não dá pra explicar muito bem com palavras, apenas ouvindo e sentindo.

Se antes velocidade e a harmonia eram vedetes, agora é a vez das melodias cadenciadas, riffs pesados e teclados, muitos teclados. Tem quem diga que isso é fruto do contato com o Amaranthe, e olha que eu bem que levo o palpite em consideração. Afinal ambas as bandas sairão em turnê agora em Março, e os teclados de Nemesis seguem exatamente a linha irritante, porém grudenta que Elize Ryd e bando fizeram na estreia.

Não que Polaris e Elysium sejam álbuns ruins, mas foram uma tentativa meio atrapalhada de seguir com a sonoridade que morrera na saída de Timo Tolkki. Agora, atravessada a crise criativa e gritado um fuck the police pra vida, o Stratovarius está até mais "pop", por assim dizer.

Não pop no sentido de ter perdido a qualidade, e sim pop por estar com uma abordagem mais direta, até simples, sem necessidade de mostrar nenhum virtuosimo. Esse fenômeno já pode ser percebido antes com Higher We Go, Under Flaming Skies e Darkest Hours.

Destaques
Unbreakable já é nossa conhecida, pois foi alvo de resenha do EP de mesmo nome. Tem quebras de tempo cativantes, teclados constantes, e uma pitada de old school por parte da bateria;

E como explicar Halcyon Days? É quase a Maniac Dance do Stratovarius atual, só que melhor trabalhada, e tão dançante quanto antes. É diferente e agradável, e não me surpreenderia se Kotipelto e Elize cantassem essa música ao vivo;

Por fim, Out Of The Fog, que tem um refrão e coral ligeiramente exagerados, porém perdoáveis. Rolam altos solos de guitarra, teclados, e  até uma tabelinha entre eles e a bateria.

Conclusão
Coeso também é outra boa definição pro Nemesis. Nada aqui é brilhante (?) nem digno de um fracasso, o que no fim das contas deixa o saldo positivo. Com um cenário de bandas tão amplo, é interessante ver até uma das bandas mais tradicionais e de certo ponto conservadoras passar por essa reciclagem, tentando recuperar o fòlego com um material que pode enjoar nas primeiras audições, mas que vai deixar aquela vontade de toda hora ouvir um pouquinho, mais um pouquinho, que no final acaba virando um muitão.


Formação

Timo Kotipelto - Vocal
Jens Johansson - Teclado,piano
Matias Kupiainen - guitarra
Rolf Pilve - Bateria
Lauri Porra (finlandeses, inovando desde sempre!) - baixo

Tracklist:
1. Abandon
2. Unbreakable
3. Stand My Ground
4. Halcyon Days
5. Fantasy
6. Out Of The Fog
7. Castles In The Air
8. Dragons
9. One Must Fall
10. If The Story Is Over
11. Nemesis

Fonte: Hardmetal Brasil